Se você já está se esforçando para concentrar os gastos em um único cartão de crédito e fica atento a todas as promoções para faturar milhas com o menor custo, sabe que não é fácil ficar rico com a venda de milhas. Pelo menos não para nós que seguimos a legislação. Pois é, tem gente que fica a margem da lei para tentar faturar milhas. Mas pelo menos nos três casos apurados pela CSM a história dos espertalhões que faturam milhões com o resgate e a venda de milhas termina de forma bem mais “humilde”, na delegacia.
Vem com a gente conferir como essas quadrilhas se organizavam para furtar clientes e programas de fidelidade e bancar gastos com a venda de milhas!
Os Hackers da venda de milhas
Você já deve estar acostumado com o termo, mas não custa lembrar. Hacker é a pessoa que tem grandes conhecimentos em informática e capacidade de invadir e alterar um sistema. A vítima desses gênios malignos da informática foi a Multiplus TAM, maior empresa brasileira de venda de milhas. O prejuízo da gigante do mercado de fidelidade rendeu aos criminosos 12 milhões de reais.
A quadrilha era composta por três amigos que atuavam em Itaúna, Centro-Oeste de Minas Gerais e atuavam em Pernambuco e no Piauí e funcionava da seguinte forma, os hackers invadiam o sistema da empresa de venda de milhas e alteravam o login, a senha e o e-mail das vítimas. O resultado era que eles conseguiam resgatar milhas em nome dos clientes furtados. A ação continuou livremente até que a Multiplus começou a notar o prejuízo.
As passagens e produtos resgatados eram revendidos por um dos integrantes da gangue que tinha uma agência de turismo. O outro integrante era dono de um provedor de internet e era quem roubava as milhas e repassava para o amigo que era dono de agência de turismo.
Na residência dos três, foram encontrados um automóvel importado, três notebooks, 39 HDS, 4 pendrives, 12 smartphones, 13 modems, 2 Xbox 360, 2 máquinas de cartão, 1 tablet e 1 Ipad. Tudo obtido com o roubo à empresa de venda de milhas foi apreendido e enviado para a perícia.
Mas é possível faturar seus milhões com a venda de milhas em burlar a lei.
Confira a história de três ricaços da venda de milhas!
Roubando as milhas dos colegas de trabalho
Nesse segundo crime, as vítimas foram os funcionários da Embasa, empresa baiana de águas e saneamento. O protagonista da ação, que renderia 2,5 milhões de reais com a venda de milhas, foi Ítalo Ivanes Fernandes Barbosa também funcionário da Embasa. Ele valia-se do cadastro de funcionários da empresa para resgatar milhas e solicitar empréstimos em nome dos colegas de trabalho. Um amigo de Ítalo, Patrick Alex Oliveira Barros se passava por um agente de viagens e negociava as passagens e outros resgates junto as empresas de venda de milhas
A polícia descobriu que Patrick Alex Oliveira Barros dizia que era um agente de viagens e negociava pessoalmente as passagens com a empresa de venda de milhas.
A bolada milionária acumulada com a venda de milhas e com empréstimos bancários financiou carros de luxo, aluguel de casas e grandes festas.
A família que multiplicava milhas
Esse foi certamente o caso que mais me surpreendeu. Haja criatividade para bolar o crime. O caso da família que multiplicava milhas foi tão inusitado que rendeu até matéria especial do Fantástico. Durante três anos, a família de Bruni Will viveu um sonho. França, Estados Unidos e Suíça estão entre os destinos escolhidos pelo grupo de Padre Miguel, região Oeste do Rio de Janeiro.
Bruno é técnico de informática e foi quem bolou o crime. O jovem de 27 é técnico de informática e forjava gastos irreais para acumular milhas aéreas. Para isso, eles emitiam boletos no próprio nome e o dinheiro que saia e retornava para a mesma conta gerava um saldo no programa de fidelidade que amargava o prejuízo das viagens luxuosas.
Contabilizando os prêmios resgatados e o valor recebido pela venda de milhas, a família acumulou 39 milhões de reais, valor totalmente incompatível com a renda de Bruno (mil e setecentos reais por mês), ou dos outros integrantes da família, como afirmou o delegado Flávio Porto à reportagem do Fantástico: “O que chamou a atenção das autoridades foi a movimentação financeira totalmente distante da capacidade econômica dessas pessoas”.
Quem identificou o golpe, foi o Conselho de Atividade Financeiras do Ministério da Fazenda, que acionou a investigação da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. Esta instituição realizou buscas na casa dos suspeitos e encontrou dezenas de cartões de crédito, extratos, passagens aéreas, reservas, boletos bancários e relatórios financeiros.
No Instagram dos familiares e de Bruno era só ostentação. Viagens em cruzeiros, estações de ski, mansões alugadas compunham as fotografias.
Não precisa se preocupar! A Justiça já decidiu que o programa é responsável pela segurança de suas milhas
Quem proferiu a decisão que tornou a empresa responsável pelos crimes e fraudes praticados contra os programas de fidelidade foi o Tribunal de Justiça de São Paulo. Na ação, o Poder Judiciário penalizou uma empresa de venda de milhas a pagar indexações por danos morais e materiais pelo extravio de 270 mil milhas. Ficou claro nos autos que as empresas são responsáveis por ressarcir clientes pelas eventuais falhas no sistema sejam elas decorrentes ataques, fraudes, ou erros, pois ela é a responsável pelo segurança da conta para a qual vão seus pontos ao comprar milhas.
Gostou desse texto? Então leia também nosso artigo com seus direitos na hora de vender milhas.
Para ter total segurança para fazer a venda de milhas, conte sempre com a CSM. O processo é ágil e conta com a segurança que só uma empresa com mais de 15 anos de mercado pode oferecer.
Abraços e até o próximo texto.